terça-feira, 1 de junho de 2010

Sistema de Abastecimento do Guandu – O Calcanhar de Aquiles do Rio de Janeiro

A Estação de Tratamento de Águas do Guandu, inaugurada em 1955, localizada no Km 19,5 da Rodovia BR 465 em Nova Iguaçu, é a responsável pelo abastecimento da maior parte da cidade do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense e Itaguaí.

Esta é sem dúvida uma Estação de Tratamento fantástica, que atendendo a um padrão de qualidade internacional, controlado através de uma série de análises físico-químicas e bacteriológicas, atualmente produz até 43 mil litros de água tratada por segundo, após as ultimas ampliações por que passou.

O Sistema Guandu não se resume a Estação de Tratamento, conta com longos trechos em túneis e poderosas estações de bombeamento.

Nesta terça-feira, dia 1 de junho de 2010, a Estação foi fechada por um período de 24h para a realização de manutenção preventiva, sendo por este motivo suspenso o abastecimento de água, que irá demorar até 48h para ser restabelecido em determinadas áreas.

Tais paralisações para manutenção são normais, necessárias e, graças a Deus, estão sendo feitas de forma preventiva, raridade nas atitudes da administração pública do estado.

O grande problema que gira em torno da paralisação da estação de Tratamento do Guandu é que, conforme nota publicada no jornal “O Globo”, afetará o abastecimento de água em até 85% da Cidade do Rio de Janeiro e 70% da Baixada Fluminense.

Analisando esta notícia pouco mais a fundo, pode-se perceber a fragilidade da segunda maior cidade brasileira. Como dizem nossos colegas advogados, representa uma enorme fragilidade da Soberania de Estado, como se já não bastasse o episódio do apagão que afetou nove Estados brasileiros em 10 de novembro de 2009.

Deixando de lado a questão da energia e nos atendo ao problema de abastecimento de água, a região metropolitana do Grande Rio conta somente com o Sistema Guandu e com o Sistema de Ribeirão das Lajes, sistema este muitíssimo antigo e de pequena capacidade.

Atualmente não existem projetos para novas captações de água, mas somente idéias para ampliação do Sistema Guandu, o que não solucionaria a questão da segurança, tendo em vista que a origem das águas seria a mesma.

A ocorrência de uma contaminação das águas, um pequeno problema mecânico de bombeamento, ou até um problema nos velhos túneis que há muito tempo não são revisados, levaria certamente a paralisação não prevista do fornecimento de água, o que não pode ser admitido em uma sociedade evoluída e rica em potencial hídrico.

Agora, imagine o fiasco que seria uma ocorrência destas durante os jogos Olímpicos!

A saída seria projetar novos sistemas de captação na Bacia do Paraíba, único manancial com capacidade para abastecer a região do Grande Rio, diversificando os pontos de origem das águas, trazendo maior sustentabilidade ao Estado do Rio de Janeiro em caso de uma emergência, ou até mesmo uma simples pane.

Grandes obras serão necessárias neste setor, assim como em muitas áreas do Estado, mas certamente os cerca de R$14 bilhões que receberemos para realizar os jogos mundiais deverão servir como incentivo. Afinal...


O Estado do Rio Merece Mais.